segunda-feira, dezembro 24, 2007

Anjos

Anjos têm a missão de proteger as pessoas. Muitos de nós temos consciência de quando e como os anjos nos ajudam. Devemos sempre agradecer nossos anjos e ajuda-los a cumprir sua missão.

Que me lembre, já assisti a quatro filmes sobre anjos.

O que mais me marcou e o que considero uma obra prima é o filme de Wim Wenders, “Der Himmel über Berlin”, que seria O Céu sobre Berlin, mas que o título em Português, Asas do Desejo, seguiu a tradução do título em Inglês, “Wings of Desire”. O filme é magistral, porque incorpora interpretação, fotografia, cor e cenários de uma maneira integrada de forma tal, que a linguagem do cinema espelha o espírito do filme. Entendermos a missão do anjo, sob o seu ponto de vista: angustiante, bela e otimista; é a mensagem do filme.

Creio que o filme traz um pouco do otimismo que criou a nova Berlin, moderna e unida. De certa maneira Wenders, em seu filme, projeta a integração numa visão romântica. Minha primeira leitura, se bem me lembro, era mais pela carga emotiva do filme. Minha segunda leitura entende o filme como o precursor da nova Alemanha.

A cena da biblioteca é simplesmente magistral.

Essa lembrança de Wenders só ocorreu porque assisti ao filme “Angel – A” de Luc Besson. O filme foi lançado na França em 2005, mas só no final de 2007 foi lançado no Brasil com o mesmo título. Gostei muito do filme, porque o entendi como uma homenagem a Wenders. Creio que tenha sido particularmente difícil para Besson fazer o filme, que almeja ser mais intimista que a serie de últimos filmes de sua carreira. De certa maneira é uma tentativa de voltar a uma visão mais intimista, presente em “Le Grand Bleu” – Imensidão Azul e em “Leon” – O profissional. Esses dois filmes são imperdíveis.

A fotografia e as tomadas de Paris são o ponto alto do filme. Simplesmente fantásticas. Gostei também do uso de biótipos diferentes: um nórdico e outro árabe na composição dos personagens principais. Gostei principalmente de Jamel Debbouze (André) e de sua interpretação. O roteiro, que poderia ser melhor, procura pontuar a globalização e suas nuances, assim como ressalta a violência do mundo atual e de certa maneira a complacência deste com esta. Cabe ao anjo a maior surpresa do roteiro, e de certo modo gostei da maneira como o espectador é surpreendido, afinal o que se espera de um anjo? O final tem a intenção de ser comovente, talvez seja para alguns, mas não para todos. A crítica não é unânime (Inglês) e em Francês: uns gostaram e outros apontam, como maior falha, a falta de credibilidade dos personagens.

Eu estou entre os que gostaram, e no caso gostei muito. Vi como uma homenagem, vi como uma visão mais pessimista do ponto de vista global, mas ainda otimista do ponto de vista humano. Afinal, tanto em Berlin há vinte anos atrás, como Paris, nos dias atuais, os anjos mostram como a vida terrena é atraente, apesar de seus problemas.

O meu crítico de referência, James Berardinelli aponta, além da influência de Wenders a influência de Capra, por seu filme, "It´s a Wonderful Life" – A Felicidade Não Se Compra. Faz tempo que vi esse filme, na Sessão da Tarde, mas o filme que mais me marcou de Capra foi “Mr. Smith Goes to Washington” – A Mulher Faz o Homem. Capra é um cineasta que narrou o lado bom do ser humano. Naquele tempo a América era diferente, era o exemplo do mundo. Não deixe de assistir um filme dirigido por Capra, vale a pena.

O outro filme que referenciou Wenders, não como uma homenagem, mas como uma reescrita foi “City of Angels” -- Cidade dos Anjos. Gostei muito quando vi. Vou rever. Em particular, mostra uma cidade que gosto muito (I Love LA).

Resumindo: cuide bem dos seus anjos, eles existem para te ajudar.

quinta-feira, dezembro 06, 2007

Faz Diferença

O jornal O Globo, através do sítio do Globo Online, está promovendo uma enquente sobre personalidades que se destacaram no ano de 2007.

Vale a pena conferir e votar. É uma maneira de conhecer pessoas e organizações que procuram melhorar a sociedade ou destacam-se no que fazem.

Apesar do cunho regional, Rio de Janeiro, creio que vale para todos, são vários os exemplos que se aplicam a outras regiões.

Minha dificuldade foi na categoria Esportes. Escolhi o Thiago Pereira, mesmo sendo, a outra opção, a torcida do Flamengo.

segunda-feira, novembro 26, 2007

Libertadores: Vamos lá

Incrível a arrancada do rubro-negro. Agora é torcer para que o time continue e que continue o Joel Santana.

Rumo a Tóquio, de novo.

Obrigado Joel, Obrigado Renato Augusto, Obrigado time.

Olha só o golaço que abriu o placar. Linda tabela do Souza e do Renato Augusto.

sábado, novembro 24, 2007

“Parecia que jogávamos fora de casa”

Com essa frase o treinador da seleção brasileira, Dunga, deixou evidente um problema grave no futebol brasileiro dos últimos tempos. O treinador referia-se ao comportamento da torcida paulista no recente jogo com Uruguai.

Veja que na ótica do treinador faltou patriotismo da torcida em apoiar o time. É bastante interessante esse ponto de vista.

Penso diferente, creio que o que falta na seleção é justamente o amor a camisa.

Hoje o espírito da seleção canarinho praticamente inexiste. A seleção deixou de ser um grupo com um foco principal, que é representar o Brasil da melhor maneira possível.

Creio que a torcida paulista passou essa mensagem.

O modelo de negócio da CBF, de hoje, torna difícil a um treinador impor uma disciplina e um espírito de equipe. Já em 2002 o treinador, Scolari, precisou ter um pulso forte para conseguir o foco. Não basta colocar em campo os melhores jogadores: é preciso mais que isso.

Recentemente, a impressa, brasileira e portuguesa, publicou uma reportagem sobre o fato de que jogadores da seleção brasileira de 2006 chegavam bêbados a concentração! Incrível, quando na maioria dos países, estar bêbado no trabalho é justa causa.

Isso reflete a dificuldade de gerenciar os jogadores. É um problema complexo.

Claro que esse problema não ocorre só com o Brasil, é baseado numa complexa rede de interesses e de um modelo onde o atleta é tratado como uma “commodity”, ou seja, ele passa a ser algo com valor de mercado e com forças do mercado interagindo sobre ele: são empresários, patrocinadores, mídia, empresas de marketing, enfim uma cadeia de valor complexa que passa a circundar a figura do jogador. Nesse novo cenário é muito difícil que o indivíduo tenha uma visão mais local e voltada para um interesse coletivo, quando todo o esquema do mercado é voltado para a mercadoria: o jogador.

Claro que esse jogo de interesses beneficia, em parte, o jogador que passa a ter um status condizente com os interesses que estão em jogo. Os grandes astros do futebol passam a ter status de cidadãos de primeiríssima classe no mundo global. São indivíduos reconhecidos em todo o mundo e seu reconhecimento é primeiro pessoal, depois relacionado com seu time atual e depois com seu país de origem, que, em alguns casos, não é mais o único país de que é cidadão.

Veja que a frase título é emblemática: quando é que teremos de volta uma seleção brasileira que considera estádios brasileiros como sua casa?

quinta-feira, novembro 15, 2007

Heróis Meninos

Duas histórias que me chamaram atenção.

A primeira é a do menino de cinco anos que salvou um bebê. Vejam a fantástica foto de Guto Kuerten.

A segunda é do menino de quatro anos que salvou a babá. Vejam a notícia em dois meios distintos: o canal G1 e o Correio de Sergipe.

Isso me lembra o filme Herói por Acidente de Stephen Frears estrelado por Dustin Hoffman. Vejam a história do filme com uma seqüência de fotos e vejam a excelente cena final.

sábado, novembro 10, 2007

CPMF - Imposto Justo?

 ---  EM 1/11/20 substituímos alguns elos que não estavam mais disponíveis -- o grave problema da falta de persistência de referências hiper textuais na internet) ---

A cada período onde se faz necessária a postergação do IPMF (Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira), hoje chamado CPMF, surge na sociedade uma discussão sobre esse imposto que tem características únicas. Veja um relato sobre esse imposto.

O imposto sobre o cheque, como ficou conhecido, foi criado, no governo do Presidente Itamar Franco em 1993, e recriado em 1996, no governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso, com redução da alíquota e com uma campanha convincente do então Ministro da Saúde, Professor Adib Jatene. Passou a ser conhecido então como um imposto relacionado à Saúde. Vejam duas entrevistas do Professor Jatene onde ele menciona aspectos relacionados à CPMF (entrevista em 2006, entrevista em 1998). O Professor Jatene, além de médico é cientista, com publicações em importantes periódicos científicos internacionais. Em 1999, com o presidente Fernando Henrique Cardoso, o imposto foi prorrogado e a alíquota foi aumentada. Nova prorrogação ocorreu em 2001. No governo do presidente Luis Inácio Lula da Silva o imposto foi prorrogado em 2004.

Essa semana, ouvi duas manifestações sobre a CPMF. Uma delas no rádio, onde a Senadora, Kátia Abreu, dizia que não tinha ouvido de economistas opiniões favoráveis ao CPMF. A outra, na página editorial do jornal O Globo, de 8/11/2007, onde o Professor Márcio Pochmann, hoje presidente do Ipea, defende a continuação desse imposto. (1/11/20 -- o elo não está mais disponível,  portanto usaremos o elo do acervo digital do jornal: 8/11/07 - Matutina, Opinião, página 7).

Um sítio de temas jurídicos apresenta uma série de artigos que discutem o aspecto legal desse imposto.

Acredito que esse imposto é uma inovação. É um imposto inovador, pelas seguintes razões: é universal, na medida em que cobre transações financeiras rotineiras em uma economia moderna, é justo na medida em que todos pagam, é rápido porque é recolhido diretamente na fonte, é, teoricamente, mais fácil de controlar.

Entendo que o imposto é justo porque todos pagam. Claro que, em esquemas tributários, o conceito de justo é normalmente relacionado à capacidade de pagamento do cidadão. No caso específico, como a alíquota é baixa, pode-se entender que todos têm a capacidade de paga-lo. No entanto, o mais importante é que, sabidamente, são os que mais têm recursos, os que mais procuram meios de evitar tributação, enquanto os que menos têm recursos são os que têm menos meios de evitar tributação. Os dados que sustentam esse argumento foram citados pelo presidente do Ipea, citado acima.

Sobre a rapidez: a transferência para o caixa do governo poderia ser imediata, já que é baseado em transações controladas por software. Desconheço o período que os bancos têm para fazer o recolhimento, mas creio que seja adequado.

Teoricamente, supondo-se o controle eficaz pelo Banco Central, o imposto é de fácil controle, porque tratado por software.

Idealmente, uma política tributária moderna utilizaria como peça chave um imposto com essas características. Isto é, um imposto direto sobre a origem do fato financeiro. Isso poderia ser à base de um imposto único com arrecadação rápida e com a possibilidade de ajuste na medida em que o imposto fosse declarado para fins de isenção. Ou seja, todos pagariam imediatamente ao governo e poderiam pedir o reembolso, via declaração de renda, em uma freqüência trimestral ou semestral. Hoje, o uso de máquinas computacionais (hardware e software), pode implantar essa proposta eficazmente. Isso traria vantagens colossais na medida em que evitaria, supondo que a economia não partisse para o escambo ou algo análogo, dupla contribuição e unificaria todo o esquema tributário. Evitaria sonegação e traria um bruto incremento de produtividade para a economia, na medida em que a arrecadação seria feita em um único instante. Caberia aos contribuintes (pessoa física e jurídica) pedir o reembolso, e ao estado julgar o pleito.

Claro, é um palpite, mas que creio merecia melhor estudo.

Esse artigo parte da crença, que o imposto é um ato de solidariedade, isto é, é uma contribuição para o bem de todos. Claro, supondo que os pagadores de impostos ficarão atentos a como os impostos estão sendo aplicados.

sábado, outubro 13, 2007

Arte

Muitas foram as idéias e os palpites que aqui poderiam estar, mas que a velocidade do tempo deixaram passar.

Queria ter demostrado minha solidariedade com a tragédia vôo TAM 3054, mas a cobertura massacrante da imprensa, tentando forçar uma visão sobre o acidente, enfraqueceu minha vontade de escrever.

Ainda comentarei sobre o filme Estamira, que hora ou outra ainda me volta no pensamento. Xô "esperto ao contrário"! Viva o homem: par e impar!

No entanto o mote dessa nota é sobre arte. Descobri, casualmente, ao tentar corrigir um erro que cometi ao comentar a foto abaixo, um lugar que é obrigatório visitar para quem gosta de arte, principalmente a escrita. É um lugar fantástico patrocinado por um artista genial, o mestre Caetano.

O Que o Adorian (Ooopsss...)  Adoniran Está Fazendo Aqui?

---4/5/08
Vim a saber que a foto retrata o trabalho de IZOLAG NAHU. Aliás ele comentou essa nota e colocou o endereço de seu trabalho logo abaixo.

segunda-feira, julho 30, 2007

Educação : Uma Verdade Inconveniente

Muitas vezes já escutamos que a educação é importante, principalmente a educação fornecida pelo estado. Toda Nação procura cuidar dessa tarefa fundamental do estado, pela simples razão de que a educação é importante porque melhora a vida da sociedade como um todo.

Nos últimos quarenta anos o estado brasileiro deixou de lado a educação básica. Qual a razão? É difícil de saber, mas é triste ver o quanto nossa sociedade foi, aos poucos, deixando de dar importância à educação básica e, em especial, a educação pública.

Recentemente o jornal O Dia publicou a tabela de vencimentos da carreira de magistério do Estado do Rio de Janeiro que tiveram um aumento em função da qualificação do docente. É ver para crer. Um professor com mais de 25 anos de dedicação ao magistério ganha R$ 759,57 (menos que dois salários mínimos). Um professor iniciante (até 5 anos) com Doutorado irá ganhar R$ 605,52. Em particular é interessante notar que, o que ganhará o professor que acabe de concluir seus estudos de doutoramento, é menos da que a metade do que uma bolsa de doutorado fornecida pelo governo federal! Ou seja, um professor faz o doutorado com bolsa e depois quando for lecionar na rede estadual ganhará menos da metade!

É um exemplo de como a sociedade brasileira deu importância à educação nos últimos anos e continua dando!

Pense sobre isso.

O pior de tudo é escutarmos a justificativa frequentemente dada pelos ocupantes de cargos do estado brasileiro: faltam recursos!

É triste. Triste não é só a justificativa, mas a maneira como toda a sociedade aceita a justificativa.

segunda-feira, julho 16, 2007

Educação

Minha cidade está recebendo os atletas do PAN de braços abertos, assim como ensina a imagem do Cristo Redentor.

Estive, ontem, na praia de Copacabana e pude apreciar os últimos minutos do triathlon feminino. Bonito ver a organização funcionando bem, e, melhor, ver a integração platéia atletas em todo o percurso da corrida. Massa: como diria Ivete.

Vi pela TV, no Sábado, o que considero um dos momentos mais emocionantes dos últimos tempos no esporte. Falo do final da Maratona de Natação feminina. Nadar 10 quilômetros no mar e ainda em velocidade é realmente um feito. Acompanhei pela TV Globo. Um show de transmissão com várias câmeras e com um comentário de quem conhece o tipo de prova: parabéns Luiz Lima. O final da prova, foi realmente emocionante. Vejam o vídeo. Parabéns Poliana. Parabéns também para a norte-americana Chloe Sutton, de apenas 15 anos, que acabou levando o ouro.

Gostaria de ter estado na abertura, mas compromissos de trabalho me levaram para longe daqui. No entanto, soube pelos jornais e por meus filhos o que ocorreu no Maracanã. Faltou educação. Misturaram os canais, mas basicamente faltou educação. Afinal, como disse acima recebemos de braços abertos os visitantes, por que descriminar? É bom lembrar que educação é importante.

Enfim para dar um toque PAN. Aqui vai a foto.

sexta-feira, junho 29, 2007

Beppe Grillo

Minha lista de notas à postar é grande, falta tempo.

Decidi escrever essa breve nota depois que visitei um dos "blogs" populares do wordpress.com em Português. Lá encontrei um vídeo de uma cantora que não conhecia, Eri Nobuchika, vale a pena assistir/ouvir.

Foi no You Tube que achei o vídeo do discurso de Beppe Grillo no Parlamento Europeu. Beepe Grillo, que eu não conhecia, é um comediante italiano. No vídeo, o comediante denuncia o parlamento italiano e fala da campanha que está fazendo na Itália. Ele pretende reunir pessoas em toda a Itália no dia 8 de Setembro para "exigir" que:
  • a) todo membro do parlamento italiano com processo judicial ou condenado pela justiça (segundo o Grillo são 70 com processo e 25 condenados) renuncie,
  • b) todo membro do parlamento italiano com duas ou mais mandatos deve renunciar, e
  • c) a lei partidaria deve mudar para permitir que candidatos sejam escolhidos pelo povo e não pelos partidos.
Enfim...

Como vemos os problemas com a representação democrática ocorrem em vários países.

É dever de todos lutar pela real democracia.

quarta-feira, maio 30, 2007

O Melhor Restaurante do Mundo

Uma coisa boa desse veículo é que posso dar minha opinião.

Uma delas é sobre o melhor restaurante do mundo. Eu tenho a sorte
de conhece-lo. Fica um pouco longe, mas quem sabe um dia desses
você passa por lá?

Durante 2003 morei em Toronto. Lá conheci esse restaurante que
me foi indicado por Eric Yu. Enquanto estava em Toronto, costumava
jantar lá toda quarta-feira. Ficou uma tradição. Sem exceção: sempre a comida estava simplesmente ótima.

Voltei em 2005, fui jantar lá. Comida ótima. Naquela época já tinha concluído sobre
essa questão.

Agora em 2007 novamente fui lá. Sem erro: excelente comida.

Ah, sim. O nome é Lee Garden. Fica em Chinatown na Spadina.

Aqui vai a foto, tirada em 2005. Veja também no Flickr.

segunda-feira, maio 28, 2007

Aniversário Porreta

Acabo de chegar do show de Ivete Sangalo na praia de Copacabana.

Antes de escrever essa nota procurei ler alguma notícia sobre o show. O Globo traz umas fotos e menciona 500 mil pessoas, o JB diz que foram 450 mil. Veja fotos aqui.

Sou tiete de Ivete.

Ivete é um dos mais importantes fenômenos de massa que já aconteceram no Brasil. Creio que é o artista brasileiro que consegue atrair o maior número de pessoas em shows. Creio que talvez se iguale aos "mega-star" mundiais como Madona ou Sting. Enfim, o importante é que esse show de Copacabana mostra isso de forma clara. Percebi isso há algum tempo atrás, quando em Porto Alegre, Ivete conseguiu colocar cerca de 100 mil gaúchos para escutar suas músicas.

Apesar de tiete, esse foi o segundo show que assisti. O primeiro show que vi foi no ATL Hall creio que em 2001 ou 2002. Já fui também atrás do trio elétrico da Cerveja e Cia, mas quando assisti ao DVD do show na Fonte Nova me emocionei. Queria ter estado lá. Recentemente, teve o show do Maraca, que perdi. Agora consegui: vimos o mega-show de Copacabana. O show foi massa!

Que banda! Isso não é uma banda, é uma orquestra. Julgo que hoje é uma das melhores bandas do mundo! É um super som!

Cantamos e dançamos: obrigado Ivete.

Ivete falou bem quando disse que o Rio é lindo, falou melhor quando disse que o Brasil deve ter orgulho de ter uma cidade como o Rio de Janeiro. Concordo.

Era aniversário de Ivete. Parabéns garota. Foi bem comemorado.

Continue assim fazendo o que você faz melhor: cantar e distribuir alegria.

Ivete, que o Senhor do Bonfim e Mãe Menininha te protejam: sempre. Você é muito importante para o Brasil.

Parabéns Romário!

Fazer 1000 gols. Creio que é o sonho de todo jogador.
O grande mestre do esporte conseguiu, justamente contra o Vasco.
Naquele dia, Pelé dedicou seu gol às crianças pobres do Brasil. Eu escutei pelo rádio.

Estava viajando e perdi o gol 1000 do Romário. Gol feito em São Januário.
Como no gol de Pelé, o Vasco estava presente. Veja o vídeo.

Parabéns Romário, principalmente por sua persistência e por perseverar na busca desse merecido troféu. Sua personalidade forte trouxe-lhe mais critícas do que talvez merecesse, mas esse troféu nínguem pode tirar.

Grande jogador: não só o artilheiro que o milésimo gol consagra, mas um jogador com uma visão de campo espetacular. Lembro de passes memoráveis do Romário e sinto saudades quando a torcida do Mengão gritava: "Hey, Hey, Hey, Romário é nosso Rei".

domingo, maio 06, 2007

É Campeão

Ontem fomos ao teatro, quer dizer a uma performace. Não considero monólogos como sendo
teatro, mas isso é tema para outra nota.

Na livraria perto do teatro estava passando um vídeo sobre a conquista do título mundial em Tokyo, fui sugado pelo vídeo e até me perdi dos amigos. Fiquei emocionado ao rever os 3 gols que aniquilaram o Liverpool. Creio que tive um pressentimento. Além dos gols uma frase dita por um dos entrevistados me tocou: o Flamengo supera-se na adversidade.

Hoje eu quero agradecer. Agradeço por ter tido a oportunidade de ter voltado ao Maracanã. Voltei às cadeiras sem número, onde durante os domingos de minha juventude ia com frequência ver o Mengão. Deixei de ir depois que colocaram os postes de sustentação. Passei a ir de cadeira branca (arquibancada) e fazia muitos anos que não ia nas cadeiras. Voltei.

A reforma que tirou a geral e prolongou as cadeiras ficou muito boa. Com o rebaixamento do campo a visão das cadeiras ficou perfeita. Vi o jogo entre a torcida do Flamengo e do Botafago, um pouco além da linha do corner de frente para a tribuna de honra.

A torcida hoje foi DEZ. Não faltou o apoio e soubemos pressionar, da melhor maneira, o time e intimidar o adversário.

O time superou-se. Foi superação, porque na Quarta passada sofremos pela TV.
Fui um espetáculo do melhor do futebol. Não foi um jogo excelente, mas foi extremamente emocionante.

Que bom é gritar golllllllll. Que bom é gritar É campeão.

Obrigado Flamengo. Obrigado a todos, especialmente ao Bruno, ao Souza e ao golaço do Renato Augusto.

Claro: o Maraca é nosso, mas seria bom se soubesssemos cuidar melhor.

Quase meia noite e ainda agora escutei um grito: Mengoooo!!!!

terça-feira, abril 17, 2007

Maria Lenk

Um exemplo de dedicação à natação. Uma atleta a vida inteira.
Era sempre uma emoção vê-la nadando no Flamengo. Que disposição!

Fica aqui a homenagem a essa grande esportista.

sábado, abril 14, 2007

A Força da Mulher

Acabo de ler no Globo On line uma entrevista (traduzida) de Ken Loach diretor que ganhou a palma de ouro de Cannes em 2006 com o filme "Ventos da Liberdade" ("The wind that shakes the barley"), cujo o título em Português é uma versão, não uma tradução. Enfim...

Gostei de uma resposta do diretor, que na verdade é um resumo do que é cinema.

Aqui vai: ""Ventos da Liberdade" te tocou? Em que pontos? Que questões ele fez você refletir? Essas são perguntas clássicas essenciais ao entendimento de qualquer dramaturgia. O aspecto mais importante da compreensão de um filme é entender como ele pode te modificar. Depois de entender isso, aí você julga o estilo. Para mim, estilo é o que dá suporte ao conteúdo de uma obra artística. E conteúdo é o que me interessa." (veja toda a entrevista aqui).

Ontem vi "Don´t Come Knocking" em Português com o título de Estrela Solitária. A dupla responsável pelo filme é conhecida. Wim Wenders and Sam Shepard. Deles, é um filme fantástico: Paris, Texas.

O filme não tem o impacto de Paris, Texas, mas é um bom filme. É intimista e tem a característica mencionada por Loach, faz você refletir.

Cabe a Shepard a visão, do drama. Drama familiar. Filho abandona família, passa a viver em função do momento, mas sem estabelecer laços. Sua profissão permite uma vida boêmia. Chega ao ponto de ruptura e foge. Procura a mãe que não vê há 30 anos! No encontro, a mãe, excelente desempenho de Eva Marie Saint, conta-lhe de uma mulher que é mãe de seu neto. Ele (Howard) sai em procura do filho. Um pouco de "road-movie" leva-o a Montana. Aqui nota-se uma influência de David Lynch nas cenas do cantor (filho). O filme é perfeito ao passar o clima do meio-oeste. O chapéu é sempre presente.

Howard tenta entender o que está ocorrendo, tenta estabelecer contato com um filho, que nunca viu, apenas ajudou a conceber. No meio desse drama, ocorre um diálogo marcante. Howard procura a mãe do filho e afirma que na verdade é ela que ele queria re-encontrar. A cena é fantástica. Jessica Lange, a imagem de linda mulher americana, já com os traços da idade, trava um diálogo ríspido mais bastante esclarecedor da alma humana. Ela não será o porto de um homem perdido ("Don´t Come Knocking"), ele terá que se re-encontrar. O seu discurso é cortante e o movimento da camera é simplesmente uma aula de cinema!

O filme termina com o foco fixo de uma placa na estrada saindo de Montana na direção de Utah. A placa diz "Divide 1 Wisdom 52". A distância para a sabedoria é sempre mais longa do que para o isolamento. Apesar de acreditar que o filme tem alguns pontos um pouco exagerados, em função basicamente do texto, é sem dúvida um filme de autor, e ter Wim Wenders como diretor é uma garantia de ótimo cinema. Como reflexão mostra a necessidade de estarmos juntos e não separados.

Como já dizia Douglas Adams: 42. Olha que assitindo a novela das 8 horas da Tv Globo (Paraíso Tropical), ontem, presenciei uma cena extremamente semelhante as situações do filme de Wim Wenders. A cena entre Glória Pires e Marcello Anthony, sobre um filho de seus personagens, que só dezoito anos depois, é anunciado ao pai. Aqui, a fala da mãe reagindo a um comentário condenatório do, agora, pai, foi um primor de interpretação e força feminina. Um verdadeiro show do texto e da atriz.

segunda-feira, abril 02, 2007

Seus Dias de Fartura Estão Contados

Melhor dizendo: “essa sopa vai acabar” ou "não acredito em nínguem com mais de 30 anos"

Enfim, mais um filme. Trata-se do filme Die Fetten Jahre Sind Vorbei, em Português leva o título de “Os Edukadores”.

Por desenho é um filme político. Discute política e procura discutir o aspecto da abundância ou do supérfluo. O filme começa com uma família chegando a sua mansão depois de uma viagem. As cenas entremeiam tomadas da chegada com as imagens das câmeras de vigilância mostradas nos monitores internos da mansão. A família toma um susto ao encontrar a casa toda revirada e com os móveis todos fora do lugar. Numa pirâmide de cadeiras, no meio da sala, a mãe retira o bilhete. Nele está escrito o título do filme. Nele há assinatura dos responsáveis, os "educadores".

A cena seguinte mostra uma demonstração de jovens contra as “SweatShops”, essas “fábricas” que ao redor do mundo desrespeitam as leis trabalhistas e produzem artigos com preços muito inferiores se comparados com fábricas que seguem a legislação. Um grupo de jovens na Alemanha, distribui folhetos alertando consumidores para que não comprem produtos fabricados em “SweatShops”.

A pergunta é por que jovens na Alemanha, estão preocupados com isso? Só porque são jovens? Porque têm o que comer e, portanto podem perder tempo reclamando de práticas que são exercidas em outros lugares do mundo. Será que são realmente solidários e lutam por um mundo diferente?

Dois desses jovens são os “educadores”. Eles querem levar pânico aos ricos de Berlin. Querem que os ricos sintam-se inseguros. Querem questioná-los: por que tanto luxo? Dessa maneira acreditam que estão fazendo uma revolução pacífica, ao questionarem a opulência.

Claro que ao fazerem isso, apesar de sua intenção revolucionária ser pacifista, estão seriamente violando a liberdade de outros. Enfim estão violando a casa de outrem.

O ponto central do filme, que no ano de 2004, foi aclamado pela crítica alemã como o melhor filme do ano é que se trata de um questionamento feito por parte da sociedade alemã. O questionamento, que no filme aparece como sendo oriundo de uma parcela da juventude, é por si só um fato importante. Aí reside o ponto crucial do filme como argumento político, o questionamento da nova sociedade alemã.

A história do filme passa da cidade ao campo, uma casa na montanha. Aqui os quatro protagonistas dialogam sobre política. Três jovens e um executivo. O executivo é refém dos três. A influência dos anos de partido verde do diretor, Hans Weingartner, um austríaco, é marcante nessa parte. Por acaso parte dessas cenas foram rodadas no Tirol.

O cenário, verde, é palco: da discussão política, da discussão dos hábitos sexuais, da discussão de felicidade, dos momentos de convívio nas refeições, do carteado e dos conflitos amorosos dos jovens. Esses são conflitos da sociedade alemã, não são novos, mas as posições são diferentes. Existe a preocupação socialista, a solidariedade com os povos oprimidos, a preocupação com as favelas do terceiro mundo que assistem a filmes violentos, e a preocupação com exploração dos trabalhadores desses países que não ganham salários dignos. Nesse ponto a argumentação do executivo é que a exploração faz parte do humano, que todo grupamento logo escolhe um líder.

Num ambiente, verde, o refém discute a posição dos "educadores". Argumenta que não é certa a sua prisão, mas relata que, quando jovem, foi da juventude socialista, chegando a trabalhar junto com Rudi Dutschke. Essa revelação, muda sua convivência com os seqüestradores. O executivo em certa parte diz alguma coisa como: “meu pai dizia que com menos de 30 não ser esquerdista era falta de imaginação e que ser esquerdista com mais de 30 era burrice” (interessante notar esse clichê no discurso do Presidente do Brasil). O executivo justifica sua gradativa mudança, “de repente me vi votando de maneira conversadora”, pela dinâmica da vida: desejo de um carro novo, com ar; desejo de mais conforto material para esposa, para os filhos... ". No entanto, o contato com os jovens, é marcante... (vide bilhete na parede quase no fim do filme).

O discurso dos jovens pretende ser revolucionário, como foi o dos jovens de gerações anteriores, mas hoje parece deslocado na face multifacetada da sociedade global. Segundo entrevista do diretor, a pretensão era a de alavancar reações, assim como aquelas que levaram a queda do muro.

A confusão dos jovens quanto à prática política leva-os das boas intenções ao despego pela luta política democrática. De jovens socialistas passam a jovens terroristas. Pelo que li na rede, a versão exportação, não foi o caso do Brasil, suprime a referência explícita a transformação.

Enfim, um filme para pensar. A história ensina, mas muitas vezes somos surdos e cegos.

sábado, março 31, 2007

Obrigado por Fumar -- Estatísticas

Assisti ao filme dirigido Jason Reitman. Como cinema é um filme correto. Em termos de interpretação, creio que o garoto (Cameron Bright) e do capitão (Robert Duvall) merecem destaque.

O filme denuncia o cinismo. Como diz o personagem central: “não importa se você está certo ou errado, o importante é sua argumentação.”. Outro diálogo cínico é o da jornalista com o personagem central quando esse reclama que determinadas informações eram confidenciais e ela responde usando o argumento do próprio personagem central, que enfatizara que o importante é “pagar o financiamento da casa”, ou seja, justificando o uso de meios pouco éticos para atingir uma meta.

O que me chamou a atenção no filme, ao ponto de ir buscar na rede mais informações, foi a menção ao número de falecimentos causados por cigarro nos Estados Unidos. É impressionante. Cerca de meio milhão de pessoas morrem por ano, dados de 2000, nos Estados Unidos em decorrência de terem sido fumantes. Esse número representa cerca de 18% do total de falecimentos.

Bom, já que fui buscar essas informações, acabei lendo também sobre essas estatísticas em geral. Um artigo, num periódico de importância na área de medicina, detalha números das causas de falecimento nos Estados Unidos. Um artigo interpretativo dos dados do IBGE fala do crescimento de mortes violentas no Brasil, principalmente em relação a homens jovens.

O acesso à “Statistics Canada” mostra uma impressionante taxonomia para causas não naturais. Incrível, que acidentes, no Canadá, com meios de transporte (terra, água, ar) somam 3.085 (2003) fatalidades, quando nos Estados Unidos foram 43.443 (2005) fatalidades por acidentes com veículos (terra). Pelas estatísticas do Canadá, entendi que foram 165 fatalidades (2003) atribuídas a armas de fogo, contra cerca de 29.000 (2000) nos Estados Unidos. Como serão esses números para o Brasil? No sítio do IBGE sabemos apenas o número de fatalidades violentas, 102.796 (2005), e isso engloba tanto acidentes em meios de transporte como fatalidades atribuídas a armas de fogo.

domingo, março 25, 2007

O ET de Varginha

O governo Francês acaba de abrir os arquivos de sua agência espacial sobre os estudos de objetos voadores não identificados (OVNI). Abre os arquivos e coloca-os na rede. É um grande exemplo de transparência, mas, mais do que isso, é acreditar que dividindo esse conhecimento, apesar da barreira da língua, poderá ajudar na elucidação de mais de 1600 casos sem explicação.

Não seria o caso do governo brasileiro abrir seus arquivos também? Vejam que a iniciativa francesa abre um importante precedente para uma maior transparência nos estudos relacionados a OVNIs.

Será que não seria o caso da Força Aérea Brasileira também abrir seus arquivos? Afinal o governo prega a transparência.

Será que finalmente vamos saber o que ocorreu em 1996 em Varginha?

domingo, março 18, 2007

Cinema

Um dos passatempos favoritos de muita gente: ir ao cinema. Para mim, desde muito, é um “hobby”. Já ouve épocas que ia ao cinema três a quatro vezes na semana. Quando na Califórnia, cheguei a fazer um curso de roteirista. Hoje vejo menos filmes, mas muitas vezes, vejo-os no sofá. Com a facilidade da entrega do DVD em casa e o preço do ingresso, ir ao cinema fica menos freqüente. Enfim ....

Comentei sobre o filme “Pequena Miss Sunshine” em duas instâncias. Uma sobre o filme propriamente dito e outra para querer de alguma maneira demonstrar que tenho um bom olho para cinema. Acertei no avô: Oscar de melhor ator co-adjuvante. Acertei também na própria escolha do filme: Oscar de melhor roteiro. O Oscar de melhor documentário foi para um filme que comentei aqui, não sob a ótica do cinema, mas sobre o importante aspecto do respeito à natureza.

Quero escrever aqui sobre o filme Babel. Veja a foto abaixo. Tirei essa foto no dia 14/2/2007 na estação “Muzeum” em Praha. Incrível, sem dúvida. Naquele instante, lembrei que já tinha desejado escrever sobre o filme, que tinha visto há exatos dez dias.




O filme é um reflexo dos novos tempos. O tema básico poder ser explicado pelo que Albert-László Barabási descreveu em seu livro "Linked" . Até o momento, o livro não foi traduzido para o Português, mas espero que o seja. Esse livro procura mostrar, de forma acessível, que há ciência explicando o que vemos em Babel.

O que vemos em Babel? Vemos que os seres que habitam esse planeta estão mais próximos do que parece. O filme mostra isso de uma maneira dramática e de certa maneira poética.

Mundos diferentes: uma família californiana, um pai e filha japoneses, uma mexicana, uma família de camponeses no Marrocos. Com razão o filme, escrito por mexicanos, tem um viés, sutil, mas importante, para o olhar global a que se propõe.

O primeiro aspecto é a dependência da família californiana de uma pessoa, fora da família, para cuidar de seus filhos. Isso mostra o aspecto da mobilidade das famílias americanas e seu desapego das relações familiares (vejam que isso era tema de Miss Sushine, mas de outra maneira). Essa pessoa, de inteira confiança, já cuidava dos filhos da família desde de cedo. Essa pessoa, magistralmente interpretada por Adriana Barraza (Amélia), que também concorreu ao Oscar na categoria de atriz co-adjuvante, mostra a dependência de famílias classe média da Califórnia de trabalhadores imigrantes. Um filme dos anos 80, El Norte, foi o que primeiro, em minha opinião, retratou essa dependência.

Os imigrantes, na maioria das vezes, ilegais, são mão de obra fundamental para que os pais possam trabalhar, muitas vezes, mais de 50 horas por semana. É o primeiro elo. Essa visão é magistralmente exposta por Iñárritu e Arriaga , por suas vivências Californianas. Pessoas que teriam uma vida de pobreza no México vivem na Califórnia ou no Texas com melhor qualidade de vida. Embora em subempregos, os imigrantes ajudam seus parentes que ficaram. A personagem Amelia é um excelente exemplo.

O segundo elo é uma foto de um caçador, o japonês, e seu guia, um marroquino. O caçador, por alguma razão, dá seu rifle de presente ao guia. O guia vende o rifle para o pastor de ovelhas, que precisa do rifle para proteger suas ovelhas de predadores naturais. Com naturalidade, o rifle é repassado aos filhos que cuidam das ovelhas. O rifle irá atingir a esposa californiana. Em menos de 48 horas, o executivo japonês é contacto pela polícia japonesa. O número do rifle, capturado pela violenta polícia marroquina, é rastreado até o comprador. De maneira cortês a polícia japonesa procura informações. O foco do elo japonês é a solidão. A atriz Rinko Kikuchi (Chieko) faz uma das mais poéticas cenas do filme ao postar-se nua na varanda do luxuoso apartamento em que mora. Sua deficiência auditiva é demonstrada de maneira perfeita por cenas em uma discoteca, onde o diretor usa o artifício do som para nos levar a vivenciar a ausência de som. Fantástico.

Cabe aos mais fracos a maior dor. É evidente o poder destrutivo das armas. Pano de fundo do drama, a violência permeia a estória. É mais gráfica na polícia marroquina, sutil na repulsa a deficiência auditiva e truculenta na polícia de fronteira americana.

Várias culturas, diferentes valores. A sexualidade reprimida da cultura árabe, a descontração dos latinos, a protocolar relação familiar japonesa, a preocupação constante da América com a privacidade. Pequenos detalhes extraordinariamente explicitados no roteiro e encenados de maneira primorosa. Em particular, é impressionante o choque cultural como percebido pelos filhos dos americanos em contato com as crianças mexicanas parentes de Amélia. Importante também é o papel do governo americano na defesa de seus cidadãos, principalmente num contexto onde o terror é um inimigo constante.

O filme, além da magistral exposição das distâncias sócio-culturais é um show de Cinema. Uma estória contada em 4 países, com perfeita sintonia no ritmo e na continuidade, mesmo com a pequena pitada de Iñárritu com seu tempo anti-cronológico; no entanto muito mais sutil e palatável que em 21 gramas, onde ele explora de maneira magistral a temporalidade ou sua ausência. Os atores estão muito bem. Brad Pit é perfeito no papel do marido angustiado diante do acidente. A pequena surda é fantástica, isso sem falar no show de Adriana Barraza.

Estamos ligados, sempre estivemos, mas, hoje, cada vez mais, estamos mais próximos. A mobilidade provida pela tecnologia transporta-nos mais rápido assim como transporta nossas vozes, palavras e nossos movimentos.

Babel mostra isso: estamos mais próximos, mas as distâncias ainda são enormes.

sábado, março 17, 2007

Papel do Estado

Acabei de ler no Globo Online, Data : Sábado, 17 de março de 2007 a matéria:
Itália proíbe celulares em escolas do país.

Creio que é uma notícia muito relevante. Mostra que a velocidade das mudanças tecnológicas começa a enfrentar barreiras. Em minha opinião isso é positivo. O "laissez faire" com que as novas tecnologias geralmente estão acostumadas começa, a meu ver, a ser questionado.

Enquanto se por um lado a ubiqüidade do celular ajuda na gerência de filhos para pais cada vez mais sem tempo, existem efeitos colaterais.

Na Inglaterra há algum tempo adverte-se que o uso de celular por crianças pode ser nocivo à saúde. No entanto, essa lei na Itália (com base no que li no jornal) é uma reação mais profunda. Procura coibir uma tendência social.

Por outro lado alerta claramente sobre uma questão fundamental na educação: disciplina. A educação, principalmente a educação básica, precisa de limites. Senão é difícil criar um cidadão que saiba viver em sociedade, o que implica em respeitar regras, não para cercear liberdades, mas para respeitar a liberdade do outro.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Oscar

Postei, no ano passado, uma nota sobre o filme a Pequena Miss Sunshine. Lá, previa que algum dos atores ganharia uma estatueta.

"As atuações são perfeitas. Do avô (Alan Arkin) , um show de presença em cena, da menina (Abigail Breslin,), perfeita, da mãe (Toni Collette), cativante, um show de interpretação e do pai (Steve Carell), perfeito como um crente na auto-ajuda. O tio e o menino estão muito bem também, mas os 4 citados dão uma veracidade ao filme como há bastante tempo não vejo.
Certamente, um dos quatro irá levar o Oscar de 2007."


Bom, o filme ganhou 4 indicações: melhor filme, melhor script e dois atores foram indicados para atores co-adjuvantes: o avô e a menina.

Agora é esperar o dia 25 de Fevereiro e ver o que ocorre.

Da lista de indicações, um filme, Babel, destaca-se. Espero ter tempo para escrever minhas impressões. Vi o filme ontem.

segunda-feira, janeiro 01, 2007

Ônibus 6011

Fica registrada a repulsa e a tristeza com o ocorrido na madrugada do dia 28 de Dezembro.