segunda-feira, novembro 26, 2007

Libertadores: Vamos lá

Incrível a arrancada do rubro-negro. Agora é torcer para que o time continue e que continue o Joel Santana.

Rumo a Tóquio, de novo.

Obrigado Joel, Obrigado Renato Augusto, Obrigado time.

Olha só o golaço que abriu o placar. Linda tabela do Souza e do Renato Augusto.

sábado, novembro 24, 2007

“Parecia que jogávamos fora de casa”

Com essa frase o treinador da seleção brasileira, Dunga, deixou evidente um problema grave no futebol brasileiro dos últimos tempos. O treinador referia-se ao comportamento da torcida paulista no recente jogo com Uruguai.

Veja que na ótica do treinador faltou patriotismo da torcida em apoiar o time. É bastante interessante esse ponto de vista.

Penso diferente, creio que o que falta na seleção é justamente o amor a camisa.

Hoje o espírito da seleção canarinho praticamente inexiste. A seleção deixou de ser um grupo com um foco principal, que é representar o Brasil da melhor maneira possível.

Creio que a torcida paulista passou essa mensagem.

O modelo de negócio da CBF, de hoje, torna difícil a um treinador impor uma disciplina e um espírito de equipe. Já em 2002 o treinador, Scolari, precisou ter um pulso forte para conseguir o foco. Não basta colocar em campo os melhores jogadores: é preciso mais que isso.

Recentemente, a impressa, brasileira e portuguesa, publicou uma reportagem sobre o fato de que jogadores da seleção brasileira de 2006 chegavam bêbados a concentração! Incrível, quando na maioria dos países, estar bêbado no trabalho é justa causa.

Isso reflete a dificuldade de gerenciar os jogadores. É um problema complexo.

Claro que esse problema não ocorre só com o Brasil, é baseado numa complexa rede de interesses e de um modelo onde o atleta é tratado como uma “commodity”, ou seja, ele passa a ser algo com valor de mercado e com forças do mercado interagindo sobre ele: são empresários, patrocinadores, mídia, empresas de marketing, enfim uma cadeia de valor complexa que passa a circundar a figura do jogador. Nesse novo cenário é muito difícil que o indivíduo tenha uma visão mais local e voltada para um interesse coletivo, quando todo o esquema do mercado é voltado para a mercadoria: o jogador.

Claro que esse jogo de interesses beneficia, em parte, o jogador que passa a ter um status condizente com os interesses que estão em jogo. Os grandes astros do futebol passam a ter status de cidadãos de primeiríssima classe no mundo global. São indivíduos reconhecidos em todo o mundo e seu reconhecimento é primeiro pessoal, depois relacionado com seu time atual e depois com seu país de origem, que, em alguns casos, não é mais o único país de que é cidadão.

Veja que a frase título é emblemática: quando é que teremos de volta uma seleção brasileira que considera estádios brasileiros como sua casa?

quinta-feira, novembro 15, 2007

Heróis Meninos

Duas histórias que me chamaram atenção.

A primeira é a do menino de cinco anos que salvou um bebê. Vejam a fantástica foto de Guto Kuerten.

A segunda é do menino de quatro anos que salvou a babá. Vejam a notícia em dois meios distintos: o canal G1 e o Correio de Sergipe.

Isso me lembra o filme Herói por Acidente de Stephen Frears estrelado por Dustin Hoffman. Vejam a história do filme com uma seqüência de fotos e vejam a excelente cena final.

sábado, novembro 10, 2007

CPMF - Imposto Justo?

 ---  EM 1/11/20 substituímos alguns elos que não estavam mais disponíveis -- o grave problema da falta de persistência de referências hiper textuais na internet) ---

A cada período onde se faz necessária a postergação do IPMF (Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira), hoje chamado CPMF, surge na sociedade uma discussão sobre esse imposto que tem características únicas. Veja um relato sobre esse imposto.

O imposto sobre o cheque, como ficou conhecido, foi criado, no governo do Presidente Itamar Franco em 1993, e recriado em 1996, no governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso, com redução da alíquota e com uma campanha convincente do então Ministro da Saúde, Professor Adib Jatene. Passou a ser conhecido então como um imposto relacionado à Saúde. Vejam duas entrevistas do Professor Jatene onde ele menciona aspectos relacionados à CPMF (entrevista em 2006, entrevista em 1998). O Professor Jatene, além de médico é cientista, com publicações em importantes periódicos científicos internacionais. Em 1999, com o presidente Fernando Henrique Cardoso, o imposto foi prorrogado e a alíquota foi aumentada. Nova prorrogação ocorreu em 2001. No governo do presidente Luis Inácio Lula da Silva o imposto foi prorrogado em 2004.

Essa semana, ouvi duas manifestações sobre a CPMF. Uma delas no rádio, onde a Senadora, Kátia Abreu, dizia que não tinha ouvido de economistas opiniões favoráveis ao CPMF. A outra, na página editorial do jornal O Globo, de 8/11/2007, onde o Professor Márcio Pochmann, hoje presidente do Ipea, defende a continuação desse imposto. (1/11/20 -- o elo não está mais disponível,  portanto usaremos o elo do acervo digital do jornal: 8/11/07 - Matutina, Opinião, página 7).

Um sítio de temas jurídicos apresenta uma série de artigos que discutem o aspecto legal desse imposto.

Acredito que esse imposto é uma inovação. É um imposto inovador, pelas seguintes razões: é universal, na medida em que cobre transações financeiras rotineiras em uma economia moderna, é justo na medida em que todos pagam, é rápido porque é recolhido diretamente na fonte, é, teoricamente, mais fácil de controlar.

Entendo que o imposto é justo porque todos pagam. Claro que, em esquemas tributários, o conceito de justo é normalmente relacionado à capacidade de pagamento do cidadão. No caso específico, como a alíquota é baixa, pode-se entender que todos têm a capacidade de paga-lo. No entanto, o mais importante é que, sabidamente, são os que mais têm recursos, os que mais procuram meios de evitar tributação, enquanto os que menos têm recursos são os que têm menos meios de evitar tributação. Os dados que sustentam esse argumento foram citados pelo presidente do Ipea, citado acima.

Sobre a rapidez: a transferência para o caixa do governo poderia ser imediata, já que é baseado em transações controladas por software. Desconheço o período que os bancos têm para fazer o recolhimento, mas creio que seja adequado.

Teoricamente, supondo-se o controle eficaz pelo Banco Central, o imposto é de fácil controle, porque tratado por software.

Idealmente, uma política tributária moderna utilizaria como peça chave um imposto com essas características. Isto é, um imposto direto sobre a origem do fato financeiro. Isso poderia ser à base de um imposto único com arrecadação rápida e com a possibilidade de ajuste na medida em que o imposto fosse declarado para fins de isenção. Ou seja, todos pagariam imediatamente ao governo e poderiam pedir o reembolso, via declaração de renda, em uma freqüência trimestral ou semestral. Hoje, o uso de máquinas computacionais (hardware e software), pode implantar essa proposta eficazmente. Isso traria vantagens colossais na medida em que evitaria, supondo que a economia não partisse para o escambo ou algo análogo, dupla contribuição e unificaria todo o esquema tributário. Evitaria sonegação e traria um bruto incremento de produtividade para a economia, na medida em que a arrecadação seria feita em um único instante. Caberia aos contribuintes (pessoa física e jurídica) pedir o reembolso, e ao estado julgar o pleito.

Claro, é um palpite, mas que creio merecia melhor estudo.

Esse artigo parte da crença, que o imposto é um ato de solidariedade, isto é, é uma contribuição para o bem de todos. Claro, supondo que os pagadores de impostos ficarão atentos a como os impostos estão sendo aplicados.