sexta-feira, julho 31, 2009

Nada Serve de Chão

Tomo a liberdade de postar uma foto que tirei do youtube.




Nesse momento, no documentário “Coração Vagabundo” de Fernando Grostein Andrade, Caetano fala sobre uma música que ainda é uma idéia. A essa música Caetano deu o título de “Minhas Lágrimas” e faz parte do álbum Cê. Nela o poeta Caetano diz:


Nada serve de Chão. Onde caiam minhas lágrimas.
Esse pequeno trecho é uma obra prima. Além dos versos acima: a voz do interprete e a beleza da música. A música é simplesmente fantástica, porque geográfica. O toque do violão é mexi-cali. Simplesmente incrível.

O que faz Caetano ser o que é, ao contrário do que pensa Hermeto Paschoal "Caetano é bom poeta, mas como músico é um musiquinho" é a combinação de poeta, músico e interprete. Escuto Caetano desde seu primeiro álbum "Gal e Caetano Veloso - Domingo" (1967) . Sua interpretação original de “Coração Vagabundo” já mostra os talentos de poeta, músico e intérprete. Sobre interpretação: “Coração Materno”, música de Vicente Celestino, no álbum "Tropicália ou Panis et Circensis" (1968), já mostrava as possibilidades futuras.

O que Caetano fez desde o primeiro álbum até hoje foi continuar aprendendo e continuar passando o que aprende para o público. Hoje é reconhecidamente um intérprete: sua participação no filme “Hable com Ella” de Almodóvar é simplesmente fantástica, aliás a sequência que termina com “este Caetano me ha puesto los pelos de punta” é uma das mais belas do cinema, onde a piscina serve de entrada e saída da sequência.

O documentário é tranquilo, pretende ser cosmopolita, é intimista e é fundamentalmente transparente. Não pretende ser completo, mas deixa que o público conheça mais de um artista ímpar.

O tempo do filme é do Caetano introspectivo, dum Caetano um pouco triste, mas fundamentalmente de um Caetano no limiar da sabedoria. As falas tomadas em Kyoto, no parque dos bambus, onde Caetano fala sobre a velhice, sobre a burrice do mundo e sobre a morte são mostras do aprendizado de todo esse tempo.

De tudo, me surpreendeu uma visão colonialista de Caetano. Posso estar equivocado, mas o fato de que Caetano tenha se colocado em posição “inferior” ante a um dos vários jornalistas americanos, me deixou intrigado. O fato de ter nascido e vivido até os dezoito anos em Santo Amaro, nas margens da mais linda baía de todo o planeta terra é irrelevante, tanto faz. Talvez, por ter nascido ali, possa ter tido essa vontade imensa de aprender e conhecer o mundo.

O documentário é de uma leveza fantástica, como bem notou meu amigo Juarez, que me ligou para que eu não deixasse de ver. Obrigado. Fui, no mesmo dia.
Se gosta de música, de imagens metropolitanas e, principalmente, se gosta de Caetano: vá ver “Coração Vagabundo”.

domingo, julho 12, 2009

Joana Mazzucchelli

Eu já vi dezenas de vezes o DVD de Ivete "Pode Entrar".

Comentei sobre ele no Flickr, mas vou repetir meu comentário,
só que o título vai para a diretora.

A Joana fez um trabalho primoroso, eu gosto mais cada vez que vejo.
É simplesmente espetacular. Me emociona.

Segue meu comentário.

A Ivete e a turma toda,

Que beleza de trabalho! Parabéns!

O som,
como sempre super bem produzido. Que músicos!

Os convidados estão todos
de parabéns também, beleza a participação do Lulu Santos, surpresa com os
Aviões, o Saulo, como sempre, bem baiano, a homenagem a Betania foi massa. E o
grande lance: o dueto com o Carlinhos Brown. Beleza total.

Um especial
toque de amor, foi o dueto com a Mônica: completo!

Isso tudo é som, é voz.
O que é novo, e é lindo e é uma homenagem
a linda cidade de Salvador, é o trabalho de Joana Mazzucchelli.
Que beleza! Cortes, filtros, enquadramento: simplesmente genial.

E claro para tudo e por tudo isso, essa voz, essa
presença de força e alegria: Ivete. Continue assim Ivete e,
por favor, tome conta de você.

Que o Senhor do Bonfim proteja a todos vocês.

Para Agradecer

Muito obrigado