quarta-feira, novembro 18, 2009

500 Dias com Ela (500 Days of Summer )

Uma nova safra de diretores americanos têm tido sucesso em descrever histórias simples com uso do cinema de maneira criativa. Um traço desses autores é a construção de filmes que retratam uma convivência civilizada entre os personagens, sem seguir estereótipos comuns onde, muitas vezes, a violência impera de diversas formas. O foco desse filmes é o convívio entre pessoas, numa nova sociedade onde, segundo esses filmes, impera a solidariedade.

Posso, facilmente, elencar três filmes recentes que se encaixariam nessa classificação: King of California (Rei da Califórnia) , Under the Same Moon (Sob a Mesma Lua), Juno e Little Miss Sunshine (Pequena Miss Sunshine).

500 dias é sobre relacionamentos entre amigos, entre homem e mulher e entre trabalhador e trabalho. O filme é descompromissado sob a ótica filosófica, apenas procura contar uma história, que, de certo modo, reflete os dias atuais. É um filme sobre o “encaixe” de sentimentos.  O singular é como o filme é contado, sua narrativa e como a linguagem cinematográfica é usada. Muito criativo e extremamente bem feito. Tudo se encaixa inclusive o uso de marcações sonoras e visuais. O uso de um contador é extremamente inteligente.

Vale lembrar também a diferente caracterização de Los Angeles, sem os estereótipos usuais. No entanto, estão lá à banda da UCLA, uma das pontes, e o interior do Bradbury,  e o trem para Santa Bárbara.

Parabéns Marc Webb!

sexta-feira, novembro 06, 2009

Você já foi ao Inhotim, nega? Não? Então vá!

Parodiando o gênio Dorival. Se ir a Bahia é uma obrigação, digo o mesmo sobre conhecer esse espaço mágico na terra do ferro.

Refiro-me ao museu Inhotim, um misto de museu de arte moderna/contemporânea com um bem cuidado jardim onde as belezas artificiais se integram de maneira impactante com as belezas naturais.

O Inhotim é o que há. É simplesmente fantástico. O traço mais importante do lugar é permitir que o espectador, o visitante, participe e perceba sensorialmente o diferente. Alguns museus orientados à ciência têm esse viés de interatividade, mas o que consegue o Inhotim é  além disso. A interatividade presente em várias instalações do Inhotim é para além da mecânica, ela toca sua alma.

Três obras são especiais. A exposição sonora de Janet Cardiff, “Forty Part Motet”, com a gravação do coro de Salisbury, onde além do impacto do som, o espaço e a fuga das janelas faz uma ambiente transcendental. A obra “Através “de Cildo Meireles que toca ao andar, é de uma inteligência ímpar. A fantástica “Sonic Pavillion”, onde a Terra canta para você, simplesmente indescritível; a foto mostra o entorno, entrar, sentir, ouvir e ver é prá lá de diferente.

O Som da Terra

Parabéns a todos responsáveis por construírem esse fantástico lugar. Em especial parabéns aos curadores: Allan Schwartzman, Jochen Volz e Rodrigo Moura.

Ir ao Inhotim é uma obrigação. Fica ali pertinho de BH, no coração de Minas Gerais.

Essa percepção do Inhotim foi bastante influenciada pela excelente companhia. Obrigado Marta, Adriana, Clara e Zé!