O Maracanã sempre foi um lugar familiar. Frequento-o desde dez anos de idade. Fui com meu pai uma ou duas vezes, mas quem
me familiarizou com ele foi, sem dúvida, o tio Jonir. Íamos com o Cesar e o
Edgar nas cadeiras sem número. Por algum tempo fui com meu amigo Juarez, e
depois ia com frequência com meus filhos Pedro e Julio, quase sempre na
arquibancada. Posso dizer que é um dos
lugares públicos que mais frequentei durante a vida, em muitos campeonatos indo
quase toda a semana.
Desde o último jogo em 2010, venho acompanhando de fora e, de
certa maneira sofrendo, com sua demolição parcial. Foi muito angustiante acompanhar
os vários estágios durante esses dois anos.
Aprendemos a ir de trem ao Engenhão, mas sem comparação.
Ontem voltei ao Maracanã depois de tanto tempo. Estava no Jardim Botânico, onde vi a bela
exposição do Sebastião Salgado, quando me chamou meu irmão Marcio. Um convite de última hora. Com o total apoio de Marta, refiz meus planos
do dia e fui me encontrar com ele, com a Carol e o Rafa. Fui de táxi.
A Avenida Maracanã e o viaduto estavam fechados, então saltei no início
do viaduto e fui a pé, tranquilamente, até a estátua do Bellini. Daí até ao lugar (O, 13, 223) foi fácil. A organização da entrada foi
do mesmo tipo da usada no Pan em 2007, onde assisti a final do futebol
feminino.
Quando cheguei na cadeira, o jogo já tinha começado. Caramba!
É estranho: mesmo endereço, mas um
lugar totalmente diferente.
Completamente diferente, outro, novo.
O meu Maracanã não existe mais, tenho que refazer os laços para esse
novo espaço, que espero voltar muitas vezes, mas de lembrança, só o local
geográfico as margens do rio Maracanã.
O que mais posso dizer?
Visibilidade de onde estava: ótima.
Iluminação perfeita. Ótimo conforto,
mas com problema sério de som. O som,
decibéis, estava acima do máximo permitido por lei. As telas gigantes em nada ajudam e geram
desconforto porque parecem fragilmente ligadas ao teto de plástico. Sobre o jogo, bom isso é outra estória; posso
dizer que foi ok, mas certamente foi coadjuvante às emoções de retornar a casa
e vê-la outra.
Estou ansioso para voltar, principalmente quando for à vez
do Flamengo voltar a casa. O ponto é que
mudou: o que ficou, foi saudade. Agora é um processo lento de adaptação.
Obrigado Marcio.