domingo, setembro 28, 2014

Eleições 2014 : Deputado Federal Estado do Rio de Janeiro

Bom que poderemos votar no Domingo. Votar, além de um dever é um privilégio.  Os brasileiros conquistaram esse priviléigio tornando-o um dever.  Nada mais sábio. Poucos países têm essa oportunidade de eleições diretas e majoritárias nessa escala. Por isso é importante votar, para que possamos continuar a ter a possibilidade de expressar nossa escolha.

Votar é um privilégio, mas dá trabalho.  Um das tarefas de quem vota é saber escolher a quem dar seu voto.  Cada voto é extremamente importante, mesmo sendo um em milhões.  Cada um dos votos dos milhões de votos reflete uma decisão pessoal.  Como escolher?  Qual dos candidatos que honrará a sua escolha?  Será que devo votar ideologicamente, e deixar um partido escolher por mim?  Cada instância de voto: presidente, senador, deputado, prefeito, vereador tem um papel distinto na democracia e a cada um cabe um viés de escolha próprio.  No entanto, o que normalmente o eleitor procura  é votar naquele que julga o melhor, naquele que será fiel as suas promessas, aos seus princípios.  Nisso, a história de cada candidato é de extrema importância, porque é um guia, porque é a âncora  para nossa decisão.

Meu voto para Deputado no Rio de Janeiro é de Otavio Leite (4555).  Quem conhece algo sobre o processo eleitoral, sabe das dificuldades e do sacrifício pessoal de quem se candidata, principalmente quando o faz, porque acredita que poderá ajudar a sociedade.  Requer muita coragem.  Admiro Otavio Leite, por sua coragem e disposição de ajudar os outros.

Vejam aqui a linha do tempo do candidato:




Se você analisar os candidatos, verá que Otavio Leite tem um perfil onde a principal característica é a humanística, a de querer ajudar o avanço da sociedade no sentido de uma sociedade mais justa e mais solidaria.  Sua dedicação à causa das pessoas com deficiências é reconhecida de longa data e uma marca de quem quer ajudar os que necessitam.  Esse traço de solidariedade é fundamental. 

Como o próprio Otavio diz em sua campanha: sua história é a mais sólida razão para que se vote nele.  Deputado federal na segunda legislatura tem marcado sua presença na defesa dos interesses do Estado do Rio de Janeiro, mas também procura legislar com interesse nacional, e aí vale a pena ressaltar suas iniciativas no setor de música, das pequenas empresas e na visão do papel positivo que podem desempenhar as “lan-houses”. 

Tenho o privilégio de conhecer Otavio Leite por laços de família. Ele é meu primo. Um dos seus mentores políticos foi meu avô, Julio Cesar Leite, senador da república nas décadas de 50 e 60. Dr. Julio Leite foi um exemplo de político republicano com um forte viés social democrata. Sua atuação política sempre foi marcada por posições de defesa dos interesses nacionais, pelo apoio à inclusão social e apoio às artes e a educação. De meu avô aprendeu o gosto e o jeito da boa política. De saber escutar e de tentar, através da negociação, uma solução de consenso. Esse traço político é fundamental e explica a carreira vitoriosa de Otavio.

Otavio é político porque acredita que a política é o meio de transformar a sociedade em um lugar melhor para todos. Um traço importante nessa sua crença é que sua estreia na política se deu na Universidade, na faculdade de direito da UERJ. Otávio iniciou sua vida política no PDT e teve o privilégio de pertencer a um partido que era comandado por Leonel Brizola e influenciado pelas ideias de Darcy Ribeiro. O jogo político, em função de sua participação na equipe de Marcelo Alencar, levou-o ao PSDB onde se firmou como vereador, como deputado estadual, vice-prefeito da cidade do Rio de Janeiro e deputado federal.

Admiro sua coragem e dedicação pela causa pública, por estar, mais uma vez, lutando para mostrar que fazer política é uma atividade nobre.

Enfim. Voto é uma escolha pessoal. Escolha. Voto é secreto. Vote.

terça-feira, julho 29, 2014

¿Conoces la Isla del Sol?

Eu ainda não conheço, mas meu filho Julio Cesar conhece.  

A cena onde essa pergunta aparece é uma das grandes cenas do filme Días de Pesca (Filha Distante) de Carlos Sorin.  Nela, Marco encontra um grupo de Calí para comer mexilhões, aqui a participação da atriz que faz a pergunta é marcante.  Esse grupo de viajeros, jovens, se assusta ao saber que Marco, 56 anos, pouco conhece da América.  O diálogo, aí travado, lembrou bastante às cenas da novela Avenida Brasil: todos falando ao redor da mesa, ao mesmo tempo; só que a “mesa”, no caso, são pedras à entrada de uma caverna a beira mar, onde os viajeros estão acampados.  Completo domínio do movimento de câmera, alinhado a um diálogo concorrente: nota dez.


O encontro de Marco com o treinador de boxe, na lanchonete do posto de gasolina, é, também, excelente.  A posição da câmera, a luminosidade, a simplicidade da cena é de tal, que leva o espectador ao lugar.  A sequência que aí se desenrola é magistral, humana: mostra a aproximação de dois homens, de origem distinta, de um mesmo país, numa conversa aberta e reveladora de cada um e de seus contextos.


A explicação do experiente pescador sobre como pescar tubarões, sobre o equipamento, sobre os movimentos é também de uma realidade incrível e natural, ao ponto de ser poética. 


O controle de luz no rosto de Victoria Almeida na cena da mesa de jantar com Alejandro Awada é demonstração de técnica exemplar, marca, de uma maneira intensa, o rosto da jovem filha, ante a um pai ausente.


A preocupação com a integração latino americana de Carlos Sorin é de uma elegância extrema: estão no filme o Brasil, o Peru, a Colômbia e a Bolívia de uma maneira tão inteligentemente costurada que pode passar desapercebida.  A presunção de que uma lutadora da  Bolívia, que o treinador brinca dizendo parecer-se com Evo Morales, seria uma luta fácil, a fala do treinador boliviano, e a sequência do resultado da luta é um tapa com luva de pelica.


Nota-se também uma preocupação especial do diretor ao apresentar seu país, todos os ambientes do filme são limpos, as coisas estão no lugar, por mais simples que seja o lugar: do hotel, do hospital, da casa da filha em Jamarillo, do posto de gasolina.  A estética “clean” dos lugares, ressalta os tipos humanos que aí habitam.


Como disse no meu Twitter: um filme essencialmente humano.  Tanto me chamou atenção, que estou a escrever aqui, antes de falar sobre a Copa do Mundo de 2014:  voltarei.