No entanto, o que chamava atenção não era a vulgaridade de algumas letras, mas sim o jeito com que elas eram cantadas. Primeiro com uma encenação bastante original tanto no que diz respeito ao figurino, como a coreografia. Era bastante engraçado. A roupa de Chapolin era o máximo.
Além disso, a banda era uma ótima banda. Tocavam muito bem. Rock, rock caipira, pré-funk, pré-axé. Enfim uma grande mistura, mas incrivelmente eficaz quanto ao propósito: fazia a audiência se mexer. Suas letras eram cantadas principalmente por crianças que achavam o grupo o máximo, principalmente porque conduziam alegria e descontração, além é claro liberarem algumas palavras que normalmente eram censuradas (bunda, peido, bosta, ...) por adultos.
O conjunto teve uma morte trágica, um acidente na descida em Guarulhos. Eles que foram criados nessa cidade, que faz parte da grande São Paulo.
Minha música preferida sempre foi a Brasília Amarela, que na verdade chamava-se Pelados em Santos. A música é o máximo porque faz uma mistura fantástica de guarânia, mariachi, sertanejo, rock e baião. Fantástico.
Quinta-Feira (dia 10 de Julho) a TV Globo exibiu um especial sobre o grupo. Emocionante. Comovente. Lembrei do dia do acidente e como foi a despedida.
A coleção de vídeos do “YouTube” refrescou minha memória desse grupo jovem, lutador, alegre, carismático e, sobretudo, inovador ao misturar estilos, culturas, medos, alegrias, preconceitos,e desigualdade numa maneira exclusivamente brasileira:
Money(1406)
Que é good nóis no have
Se nóis hevasse nóis num tava aqui playando
Mas nóis precisa de worká
Money
Que é good nóis no have
Se nóis hevasse nóis num tava aqui workando
O nosso work é playá
É uma pena que muitos que escrevem sobre o Brasil ainda pensam como se Brasil fosse a zona sul carioca. Aqui, refiro-me a um conhecido colunista do O Globo, que há duas semanas atrás mostrou espanto com a cultura musical do centro oeste.